Terapias combinadas trazem avanços ao tratamento do câncer renal
Pesquisas recentes apoiam o uso de inibidores de pontos de controle imunitário no tratamento do carcinoma de células renais (de células claras e outros subtipos); no entanto, a seleção dos pacientes é fundamental para otimizar os desfechos, segundo o Dr. Michael Serzan.
O médico oncologista, que atua no Lank Center for Genitourinary Oncology, ligado ao Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, fez essa declaração durante uma apresentação realizada na Conferência Anual de 2024 da National Comprehensive Cancer Network (NCCN).
Uma revisão sistemática e metanálise publicada em 2022 no periódico European Urology Open Science sintetizou os achados de seis estudos controlados randomizados com uma população total de 5.121 pacientes adultos. Na revisão, os pesquisadores verificaram que a combinação de inibidores de pontos de controle imunitário com inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) – uma proteína do tipo tirosina quinase – foi associada a melhoras consistentes em indivíduos de todos os grupos de risco com carcinoma de células renais metastático.
Outras pesquisas mais recentes apoiam o uso de combinações de imunoterápicos ou combinações da imunoterapia associada a inibidores de tirosina quinase como tratamentos de primeira linha ou adjuvantes para o carcinoma de células renais, disse o Dr. Michael durante uma entrevista. No entanto, ele ressaltou serem necessárias mais terapias gênicas e intervenções direcionadas aos aspectos histológicos do tumor.
Dicas para avaliar o risco individual no tratamento do carcinoma de células renais
Nos casos de pacientes com carcinoma renal de células claras localizado submetidos à nefrectomia parcial ou radical, existem vários modelos que estimam o risco de recidiva com base no estadiamento patológico tumoral, no grau da lesão, no aspecto histológico, no nível de invasão tumoral e na extensão da necrose, disse o Dr. Michael. Esses modelos podem ajudar a guiar a seleção de pacientes que talvez tenham um alto risco de recidiva e que, portanto, poderiam se beneficiar da terapia adjuvante.
Em pacientes com carcinoma renal de células claras, é possível usar os modelos prognósticos IMDC e MSKCC para classificar esses indivíduos em grupos de risco – favorável, intermediário e ruim – com base em variáveis clínicas e laboratoriais. O modelo IMDC é um modelo de estratificação de risco que pode ser usado como um modelo prognóstico para estratificar pacientes diagnosticados com câncer renal metastático, explicou o Dr. Michael.
Quais pesquisas apoiam os tratamentos para o carcinoma renal de células claras e outros subtipos?
A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, aprovou o pembrolizumabe em 2021 para o tratamento adjuvante do carcinoma de células renais em pacientes com risco intermediário ou alto de recidiva após a nefrectomia ou após a nefrectomia e ressecção de lesões metastáticas.
O pembrolizumabe foi a primeira terapia adjuvante a melhorar significativamente a sobrevida global desses pacientes, afirmou o Dr. Michael. No estudo KEYNOTE-564, publicado em 2024 no periódico Journal of Clinical Oncology, o pembrolizumabe foi associado a um aumento da sobrevida livre de doença e da sobrevida global quando comparado com o placebo.
Fonte: Medscape